Cheguei à casa deserta
Foi tão escuro o que vivi
Na casa não há viv’alma
Reina uma estranha calma
E tudo me cheira a ti
No quarto não há ninguém
Só sinais de alguém dormir
Num canto jaz um vestido
Que tu deixaste esquecido
Com a pressa de partir
Na mesa só ponho um prato
Estendo a toalha dobrada
O teu lugar está vazio
O que era fome é fastio
E tudo me sabe a nada
A cama está por fazer
Os lençóis são pontas soltas
Ainda lá está a almofada
Pelo teu rosto marcada
Talvez eu sonhe que voltas